Sejamos todos minimalistas


Recentemente eu descobri um blog voltado ao minimalismo, e percebi que eu já era quase uma minimalista (ou uma minimalista em potencial) sem saber. Eu estava feliz com isso até ler o seguinte questionamento:
"Se você recebesse uma proposta de emprego, o emprego dos seus sonhos, mas ele fosse do outro lado do mundo e você precisasse se apresentar ao novo trabalho em poucos dias, você iria?"



A maioria das pessoas responde prontamente que sim, mas depois começam a pensar:

"Mas... e as minhas coisas?"

Dessa forma ele me apresentou o conceito do nômade digital, que vem se popularizando entre a geração Y (eu), que utiliza tudo nas nuvens (eu, não sei o que é Office há muito tempo; álbum de fotos? Nunca vi, só ouço falar), que não tem medo de ficar longe da família (eu de novo) e que é um cidadão do mundo (meu sonho).
Essa geração vive com uma mala. A mudança inteira deles, cabe em uma (no máximo duas) malas, pois eles tem todos os livros, fotos e documentos digitalizados. Eles vivem de aluguel, o que faz com que se precisarem se mudar, possam sair rapidamente de um local para outro. E tem exatamente o necessário para viver. Nem mais, nem menos.

Mais afinal, o que é o minimalismo?

É o princípio de reduzir ao mínimo o emprego de elementos ou recursos.

Pra quê você quer um jogo de chá de porcelana vitoriana se você mora sozinha? Você só precisa de um, no máximo duas xícaras pra quando tiver uma visita.

Pra quê ter uma mesa de jantar de 8 lugares se são só você e o seu marido? Um café da manhã ou jantar romântico numa mesa menor seria muito mais intimista. Se vocês receberem convidados, sempre é possível jogar umas almofadas no chão e fazer uma refeição informal na mesa de centro batendo papo com os amigos.

Você já reparou que sempre usa as mesmas roupas? Você não precisa de 5 calças jeans! Duas já são o suficiente. Enquanto você usa uma, a outra esta lavando e vice-versa.


Dessa forma, eu comecei a analisar a minha casa e percebi que eu sou quase uma minimalista. Minha casa quase não tem móveis se comparada a casa dos meus amigos, e a minha mudança inteira (e aqui estamos falando de coisas que eu sou apegada e quero carregar comigo pra qualquer lugar. Os móveis...quadros... panelas.... tudo isso você pode doar. Não é disso que estamos falando!) cabe em duas malas, tirando uma coisa... os livros!!!!!
Sempre eles...

Por esse motivo eu prometi a mim mesma que esse ano eu ia focar em diminuir minha estante de livros. Desde então, eu tenho lido os meus livros e levado eles pro sebo. Quando compro um livro, se compro, eu compro apenas 1 que sei que vou ler naquele mês mesmo. O problema é que as editoras continuam me mandando livros; os amigos continuam me dando livros de presente; e eu continuo comprando boxes literárias que vem com livros (mas esses nem me incomodam, porque é um por mês, o meu limite atual...)

Como estipulei de diminuir minha pilha de forma a me tornar uma nômade digital, eu acabei aderindo ao kindle e agora estou viciada em baixar livros de 1...3...9 reais no máximo. Conclusão: Acabei trocando um vício por outro.
Aff!


Pelo menos esse vício é mais barato, não ocupa espaço e não me dá alergia. Hahahahahaha
Mas você deve estar se perguntando como eu consigo ser tão desprendida das minhas coisas?
Simples. Eu não me apego a objetos, mas as lembranças desses objetos. (Tirando os livros, ok?! Já falei que estamos trabalhando nesta questão...)

Quando eu viajo de férias, eu não saio comprando souvenir pra entulhar a minha casa. Eu bato fotos. Muitas fotos!
Eu sou adepta do Pinterest, logo, se quero mudar algo na minha casa, eu não saio olhando o catálogo de lojas de decoração para comprar um móvel novo que ficará perfeito para o que estou imaginando na minha sala. Eu vou no Pinterest e vejo se tem alguma ideia que eu possa fazer. Minha biblioteca inteira foi feita assim! Minhas prateleiras, por exemplo, são canos fixados na parede com tábuas soltas em cima. Eu vi no Pinterest e mandei fazer.
Com isso, eu não fico com aquele sentimento de pena de me mudar e o meu armário não caber mais no novo espaço, sabe? Eu fiz. Posso muito bem reproduzir o que fiz aqui em qualquer outro lugar. E com qualquer tamanho.


O mesmo vale para a decoração. Ao invés de sair pendurando milhares de quadros na parede, eu fiz uma parede de lousa e sai rabiscando e desenhando nela. Mais uma vez, eu posso refazer isso em qualquer casa que eu estiver.
E se eu enjoar, eu ainda posso mudar ela inteirinha sem gastar nada com isso. Só o giz! Hahahahaha

Ah! Mais tudo isso dá muito trabalho!
Dá.
E também dá muitas lembranças. Você irá lembrar pra vida inteira como ficou feliz quando viu aquela parede de rolhas que você passou o ano todo juntando rolhas com os amigos pra conseguir fazer.
Você vai lembrar que cada rolha utilizada foi uma noite regada a vinho com o seu marido ou amigos.
Vai lembrar de como seus amigos não conseguem chegar na sua casa e não deixar um recado escondido no meio dos desenhos da sua parede de lousa.

Isso é ser minimalista. Valorize os momentos e não as coisas.
=)


Editora: Fontanar
ISBN-10: 8563277774
Ano: 2016
Páginas: 2016



Natalia Eiras

23 comentários:

  1. Nati, eu achei fantástico o seu post de hoje. Gostei de saber um pouquinho sobre e você e com isso, descobri um pouquinho sobre mim; sim, também sou minimalista. Não me apego aos objetos, tirando os livros, né? Eles estão aí, me impedindo de ser completamente minimalista. Diferente de ti, ainda não me vejo desapegando dos meus amados livros e confesso; não quero desapegar tão cedo! ;)
    Bjos!!

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  2. Infelizmente encontramos poucas pessoas que sejam minimalistas. Hoje as pessoas dão muito valor para seus objetos, desvalorizando até mesmo aquelas pessoas que estão ao seu lado. Nati, é ótimo ver que você faz parte dessas pessoas raras pelo mundo. Continue assim, pois sim, os momentos são os mais preciosos.
    Beijos!

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  3. Que bom Natalia,você acredita no que realmente importa :os momentos!
    São eles que ficam com a gente e não um bem material.
    Mas eu ainda infelizmente não sou muito evoluída. Me apego até as roupas que meus filhos usaram quando eram bebês.
    Não por egoísmo!!!!
    É que me lembro de momentos bons...
    Mas já estou trabalhando com isso.
    Minimalista não sou!
    Mas a ideia é interessante! ;)

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  4. Oi Nat, amei o post e saber mais sobre essa geração minimalista. Não sei se me caracterizaria como minimalista, ao menos não toda rsr, tenho saudade dos álbuns de fotos, sou apegada a meus livros físicos (ainda não comprei um Kindle e não sei me adaptaria, não por enquanto pelo menos), sou apegada a família, mas gosto de aproveitar os momentos, de pegar dicas na internet, não sou pegada a todos os objetos e acho as cadeiras de jantar desnecessárias quando se pode fazer a refeição informal e ser bem mais divertido rsrs. Devo ser minimalista em treinamento, um dia quem sabe chego lá e responda um sim, com certeza, sobre ir para o outro lado do mundo ;)

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  5. Ahh mas aqui em casa a gente é tudo o oposto de minimalista! Se desse esse livro pra minha mãe eu nem consigo imaginar quanta coisa ela iria querer se livrar depois e quantos dicas seguir...
    Também tenho minhas tralhas, as coisas loucas que a gente acumula e só Deus sabe porque não se livra. Mas livro eu não dispenso não! Até os que não gosto não tenho coragem de me livrar deles. Mas até agora não me incomoda com coisa de espaço e troço assim. Se esse dia chegar vou ter que dar meus pulos e quem sabe doar, trocar e tal. Mas até agora não tenho coragem.
    Definitivamente, não sou minimalista xD

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  6. Referente a primeira pergunta, eu responderia não. Sou uma pessoa que não desapega fácil das coisas!
    Pior que lendo seu texto, posso afirmar, que também sou uma minimalista.
    Só na questão dos livros que não, confesso que já doei alguns pra abrir espaço, mas é complicado esse negócio HAHAHA
    Adorei o posto e de conhecer mais sobre você, e sobre o assunto também.
    Beijos,
    Caroline Garcia

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  7. Bem Nat, vamos por partes...
    Concordo com a ideia do minimalismo e sou uma minimalista.
    Minha casa é toda enxuta, só o necessário, nada de acumular as coisas, quando vejo que tem muito, acabo doando. Roupas, móveis e tudo o mais dentro de casa, é na medida certa.
    Agora meus anjos, não abro mão. Não dá para dar de presente ou fazer qualquer doação, eles tem lugar cativo no altar que fiz.
    Quanto aos livros... sempre tento renovar a estante, troco em sebos, faço sorteios, dou de presente e por aí vai, e mesmo assim, as estantes estão sempre cheias, mesmo lendo de forma digital, não sou completamente minimalista em relação a eles, principalmente aqueles que tem uma história ou autógrafo...kkkkkk
    Ainda assim, tem uma coisa que me incomoda no conceito minimalista, é justamente o fato de você não se apegar... o conceito traz a história de não criar raízes, de se viver apenas de aventura, e isso ainda não consigo digerir direito, afinal, ainda tenho arraigada o conceito dos anos 60, quando nasci e é bem complicado agora depois de mais de 50 anos tentar mudar...
    “A sabedoria começa na reflexão.” (Sócrates)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP COMENTARISTA ABRIL especial de aniversário, serão 6 ganhadores, não fique de fora!

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  8. É difícil não se apegar aos livros, estou tentando me desfazer daqueles que não gosto, os que gosto tem que ficar comigo rs. Mas gostei do que foi dito valorize os momentos e não as coisas. Tenho pouca coisa, prefiro assim, pois é mais fácil se precisar mudar de casa e mais fácil de limpar, muitas coisas dá um trabalhão e ocupa espaço. Gostei das ideias o Pinterest dá um show.

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  9. Belas palavras. Eu não consigo ser uma pessoa minimalista, embora eu tenha planos para isso. Assim, tenho uma estante que mandei fazer sob medida e nela abrigo meus mais de 400 livros. Claro que se eu fosse para esse tal emprego eu poderia deixar aqui mesmo onde tá, já que moro com meus pais, mas enquanto eu não lê-los não consigo desapegar. Depois, é outra história. Só tenho guardados uns 15 livros que pretendo reler/dar para o meu filho, o resto eu troco, doo, sorteio, vendo, mas não mantenho comigo. Meu outro problema são as roupas. Como engordei muito na gravidez, tenho roupas que me serviam (mas que vão voltar a servir!!!), roupas que me servem e aquelas que nunca serviram, mas eu tenho esperança uiahieuheiuheiuhe mas assim que eu eliminar mais uns quilinhos vou fazer uma limpa.
    E Kindle ♥ aaaaaaaa o que seria de mim sem o Kindle. De fato é bem mais barato adquirir os livros pra ele e tipo, carregar 200 livros em menos de 400g é uma coisa MUITO ótima.
    Enfim, parabéns pelo estilo de vida. Um dia eu chego lá kkk

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  10. Achei super diferente esse post e nos trouxe uma ideia de repensar tantas e tantas coisas na nossa vida! Eu sempre fiz meio que isso, nunca deixei acumular coisas em casa, mas não me considero uma pessoas minimalista. Acho até que tenho muitas coisas, porém busco me desapegar de muitas bugigangas que vou juntando durante a vida

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  11. Não sei se conseguiria diminuir minha estante!
    Porque sou muita apegada nas minhas coisas, mas acho isso bem importante!
    Na vdd eu já estou vendendo alguns livros que eu realmente não vou nunca! Já vendi bens uns dez que tinha sobre coisas sobrenaturais e algo do tipo!
    Sou focada em romances e esses eu não vendo nem a pau!

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  12. Oi Naty, tudo bem?
    Eu sou mega apegada a duas coisas. Se alguém mexer nelas, se alguma coisa acontecer que faça com eles estraguem, juro que não respondo por mim! Essas coisas são: em primeiro lugar meus livros - fiz quase um santuário pra eles no meu quarto (blindado contra dedinhos curiosos) e meus ursinhos de pelúcia. Fora isso sou bem de boa haha.
    Beijokas
    Quanto Mais Livros Melhor

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  13. oie naty
    infelizmente as vezes a gente faz isso que você comentou: troca um vicio por outro
    sou daquelas que para quê 15 pares de sapato
    mas não perco uma boa promo de livros, sem falar nas quinquilharias: enfeites, bonecos, coisas para por na estante e por ai vai
    mas se você parar para pensar, a gente não está diminuindo as coisas
    antes um album de fotos tinha oq umas 30 fotos? quantas tem no celular?
    enfim, mas a ideia de reduzir as coisas é interessante
    mas ainda a questão de desapegar...

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  14. Oi Naty! Não conhecia o livro, eu adorei o tema, o enredo parece bom, me considero minimalista, não ligo pra mta coisa não, só o básico msm...
    Bjs!

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  15. Oi Nati...
    Acho que sou minimalista até certo ponto, mas no quesito livros não sou minimalista mesmo (rsrs)!!! Concordo plenamente com você que precisamos valorizar os momentos e as pessoas e não as coisas... No entanto, de algumas coisas é extremamente difícil desapegar... Adorei seu post ...
    Beijinhos...

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  16. Oi, Natalia!
    Lendo o seu texto percebi que sou um pouco minimalista mas nem tanto, assim como acontece com você, os meus livros também não me deixam ser completamente minimalista, e sinceramente não me vejo sendo uma nômade digital, prefiro a versão impressa dos livros do que a versão digital, ainda bem que a minha coleção é pequena e caberia em duas malas, é que não sou de ficar comprando livros desenfreadamente e os que eu li e não curti tanto tenho o costume de trocar por outros que quero ler ou até mesmo presentear alguém...
    Mas tirando isso, sou uma pessoa que valoriza os momentos e não as coisas...

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  17. Oi, tudo bem?
    Post muito interessante e reflexivo.
    Sinceramente sou apegada as minhas coisas, principalmente meus livros. Se precisasse me desfazer de minha estante com quase 400 livros, eu sofreria muito.
    Mas dou valor aos momentos e as pessoas, com certeza.
    Gosto e tenho muitos álbuns de fotos, físicos. Sou bem tradicional e sou feliz assim. Também tem a questão da família, não sou mais adolescente para pegar uma mala e largar tudo por uma aventura. Antes de decisões, é preciso pensar muito em todos envolvidos.
    Ótimo texto. Gostei de saber como você pensa sobre o assunto.
    Abraços.

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  18. Oi.
    Adorei a dica mas uma pena que não sou como você não consigo me desapegar das minhas coisas principalmente dos meus livros essa semana fiz uma limpeza e tirei só sete livros para levar no sebo sendo que tenho mais de 50 que eu sei com certeza que não vou ler espero que um dia eu consiga me desapegar, mas esse momento não é agora kkkkk
    Bjs.

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  19. Oi, Nat!!
    Adorei a postagem!! Bom para ser sincera sou minimalista sim. Também não gosto muito de ter muitas coisas para mim menos e

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  20. Oi, Nat!!
    Gostei muito do postagem, até pesando agora acho que sou um pouco minimalista, sinceramente gosto de pouca coisa para mim menos é mais!! Mas sou completamente apegada nos meus livros e para tirar algum da minha estante é bem difícil!!
    Beijoss

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  21. Não sei se me daria bem nesse ramo sabe ? Eu sou muito apegada as coisas, nas questões das coisas de casa ainda não sei já que ainda moro na casa dos meus pais, mas eu sei que com os livros sou apegada e eu ainda sou do tipo que se eu li o livro em pdf e gostar o bastante eu vou querer comprar esse livro pra ter na estante. Em relação as viagens eu sou do seu tipo que gosta de tirar muitas e separo tudo por ano no computador. Olha eu confesso que se a oportunidade me fosse oferecida eu provavelmente iria, embora eu tenho que admitir que o que mais me doeria não seria deixar meus livros mas sim a minha família. Eu gostei de saber o que você pensa do assunto e obrigada pelo post.

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  22. Oi!
    Gostei muito desse post, realmente ele acaba nos fazendo pensar muito, achei a pergunta bem valida, e com certeza nossa primeira resposta é sim, até começamos a pensar em todas as implicações e toda a logística, acho que não conseguiria me desapegar das minhas coisas, pois sou bem apegadas a algumas. Porém achei bem valida as reflexões que esse texto acaba nos fazendo !!

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  23. Oi Nat,
    Exceto os livros, não acumulo nada, mas os livros ocupam consideráveis caixas quando me mudo haha. Essa ideia de minimalista é muito bacana, vou tentar convencer algumas pessoas que essa ideia seria muito útil.

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