Este é o livro de estreia de Onjali Q. Raúf, e logo de cara ela conseguiu produzir uma história fofa, daquelas que você consegue imaginar um filme de sessão da tarde, mas que como toda boa história traz uma lição de moral no final e uma reflexão: Quando foi que nós perdemos a nossa humanidade?
Tudo começa com uma cadeira vazia...
Narrado por uma criança de 9 anos e 9 meses (sim, ela faz questão de contar os meses), a história traz as descobertas dessa doce e ingênua menina, que junto com seus três melhores amigos - Josie, Tom e Michael - decidem virar amigos do novo colega de classe, e posteriormente, ajudarem de qualquer forma seu amigo a ter de volta a família dele.
O novo colega é Ahmet, um jovem refugiado sírio, que esta em Londres abrigado por uma família temporária, sem falar inglês e ainda muito assustado por todos os terrores que presenciou na sua fuga da guerra.
A menina (que não sabemos o nome) começa a fazer amizade mesmo sem conseguirem trocar uma palavra; com o tempo, tímidos laços vão surgindo e ela começa a entender todo o sofrimento que o novo amigo passou e decide ajuda-lo a reencontrar a família. O que ela não poderia imaginar é que seu plano mirabolante traria muita confusão, mas também provocaria uma comoção nacional.
É o tipo de livro que você termina sentindo que a sua fé na humanidade foi renovada.
Pena que passados um ou dois minutos, você percebe que trata-se de um livro de ficção e que muito provavelmente a humanidade não tem mais como ser salva.
Porém, dá um ótimo filme de sessão da tarde, e faz a gente pensar em quantos Ahmet existem por aí.
Outra coisa muito interessante deste livro é que todos os leitores estão ajudando crianças refugiadas e as famílias delas a receberem presentes preciosos. Isso porque a autora irá doar uma parte de todos os royalties que ela receber para algumas pessoas maravilhosamente corajosas que passam todos os seus dias tentando salvar e reconstruir a vida de refugiados em todo o mundo.
Agora responda a seguinte pergunta:
Se tivesse que deixar sua casa e escola para trás para sempre, quais são as três coisas que você levaria junto?
Eu escolhi meu cachorro, o anel de formatura lembrança da minha avó e o livro "O caso dos 10 negrinhos" da Agatha Christie por ser o primeiro que li e que fez eu me apaixonar por livros e pela Dama do Crime. Ele, inclusive, esta caindo aos pedaços.
O que você escolheria? Deixe nos comentários.
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