Como a mente nos faz aprender com a dor e a perda
Pra quem é da área de psicologia, psiquiatria, terapias holísticas e afins, esse livro é um prato cheio, porque traz vários experimentos que foram realizados em várias universidades nos EUA e Europa.
É quase um "compiladão" de várias teses de mestrado, só que sem a linguagem arcaica desses textos científicos e tudo resumido em 300 páginas.
Pra quem é leigo e esta passando pelo processo de luto, ele traz explicações de como o seu cérebro funciona de modo bem claro.
Então, você entende por que tem pensamentos intrusivos, quais são os "estágios do luto", porque você tem dificuldade de seguir em frente, e convida o leitor a usar o processo de luto como um aprendizado, como se estivesse reconstruindo um mapa mental.
Porque o luto é basicamente isso: um processo de reconfiguração do seu espaço e de suas âncoras, então, se antes você tinha um ente querido para o qual sempre corria em caso de dúvida ou problemas, e ele agora não está mais ali... você precisa reconfigurar essa dinâmica. Assim como faria com uma sala de estar que não tem mais um móvel. Ou você pregaria e colocaria outra coisa no lugar, ou teria que se virar sem o móvel.
E é por isso que a autora diz que o luto deve ser visto como um momento de aprendizado, porque essa reconfiguração do mapa mental acaba aumentando a neuroplasticidade do seu cérebro que precisa criar novas conexões para resolver um problema: o que eu faço agora que não tenho mais a pessoa X?
E sim, o luto pode trazer várias mudanças na personalidade da pessoa enlutada, ou mudanças de comportamento, justamente devido a essa reconfiguração, e a percepção da mortalidade iminente de todos nós.
Então, até aqui o livro entrega realmente tudo que uma pessoa pode querer saber sobre como o luto age no seu cérebro e como passar por esse processo.
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