Escravidão: Edição juvenil ilustrada

livro "Escravidão" versão juvenil de Laurentino Gomes

Absolutamente tudo no Brasil pode ser explicado pela Escravidão. 

O maldito jeitinho brasileiro? Herança da escravidão. 

A corrupção? Desenvolvida e aperfeiçoada por séculos, graças a escravidão. 

Desigualdade social, racismo estrutural, a síndrome de vira-lata do brasileiro, o analfabetismo... 

TUDO NO BRASIL TEM COMO FIO CONDUTOR A ESCRAVIDÃO. 

Laurentino Gomes é jornalista, especializado em publicar livros reportagem com a temática da história do Brasil, de uma forma que você não aprende na escola. Inclusive, seus livros deveriam ser obrigatórios nas escolas!!

"A escravização de africanos e de indígenas brasileiros vitimou milhões de seres humanos e se prolongou por quase quatro séculos. O Brasil arrancou da África cerca de 5 milhões de pessoas em regime de cativeiro. A população indígena foi quase dizimada por doenças, guerras, invasão de seus territórios e captura para escravização. Foi o país da América que mais demorou a acabar com o comércio de gente e o último a abolir a própria escravidão. O resultado disso pode ser observado atualmente, na forma como uma parte da população vive, trabalha e é tratada pelos demais brasileiros. Essa é uma história que precisa ser estudada e recontada. Nem tudo o que se escreveu e ensinou a respeito dela até hoje é verdadeiro."


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O livro "Escravidão versão juvenil" foi desenvolvido para servir justamente a esse propósito, sendo uma versão ilustrada e condensada da trilogia "Escravidão", que vem ganhando todos os anos o prêmio Jabuti.  


Livros da trilogia Escravidão de Laurentino Gomes

Essa versão condensada também serve para aqueles leitores (que como eu) tem preguiça de ler três livros relativamente grandes sobre o tema. Vai nesta versão condensada que é sucesso! 

A escravidão é a história da devastação do continente africano e da transformação do oceano Atlântico num imenso cemitério de pessoas escravizadas. E uma ferida aberta até hoje no Brasil. 

Quando terminei de ler esse livro, eu estava com raiva de todas as ruas do Rio de Janeiro, pois em sua grande maioria são de pessoas execráveis que eram donos de pessoas escravizadas, que enriqueceram na base da tortura e que nunca deveriam ser homenageadas. 

Terminei esse livro querendo dar uma cópia para cada português que conheci em Portugal, e que dizia que nunca escravizaram os negros africanos. Quem fazia isso eram os próprios negros. Eles (os portugueses) só fizeram o serviço de uber. (Sim, eu moro em Portugal. Isso não saiu da minha cabeça!) 

"Os horrores vistos por quem quer que visite um museu com uma exposição dos instrumentos cotidianamente usados pelos senhores e seus feitores destroem qualquer tentativa de mascarar o lado brutal da escravidão no Brasil e nos fazem imaginar o que sofreu essa população sequestrada e arrastada à força para outro país."

Terminei de ler com uma vontade profunda de pedir perdão pra cada negro que convivo pelo que os meus antepassados fizeram com os antepassados deles. 

Terminei esse livro com vergonha de dizer que o Brasil foi a última nação a abolir a escravidão. Que a escravidão no Brasil foi o principal responsável pela devastação da África, que tem consequências até hoje no continente africano, e que os descendentes desse povo nunca irão receber nenhum tipo de compensação ou retratação. 

A grande maioria dos "brasileiros" é composta por negros e pardos, assim como na época da escravidão. Porém nada mudou de lá pra cá. O Brasil continua sendo feito por uma minoria branca, e os negros e pardos seguem vivendo a margem a sociedade sem direitos e acesso as coisas básicas. 

O Brasil nunca foi uma pátria mãe gentil. Ao contrário, é o país da hipocrisia. 

“Não há escravidão suave ou cruel, ela dispensa adjetivos.”[2] É o que é, e jamais foi “mãe gentil”, nem com os cativos trazidos da África, nem com os que nasceram no Brasil e morreram escravizados."

Ao ler este livro, você entende que o problema do Brasil é de fato o brasileiro. 

Porque os brasileiros, até hoje, são os que são descendentes do branco português que só usufruiu da terra e sempre foi servido pelas pessoas escravizadas. É para essa minoria que o Brasil existe até hoje. 

Para a maioria da população brasileira, segundo o último censo divulgado pelo IBGE, que se declara negra e parda, o Brasil continua a ser uma terra que não os aceita, que adoraria que o processo de embranquecimento, com a chegada dos imigrantes europeus tivesse dado certo. 

"Princesa Isabel ou Zumbi? Treze de Maio ou Vinte de Novembro? Lei Áurea ou Luta Abolicionista? Não é uma discussão sem importância. Ela define nossa visão sobre o país e o que se pretende reparar numa história imperfeita, contada muitas vezes pela ótica dos vencedores, que esconde os ideais e o heroísmo dos vencidos — justamente, seu legado."

"No caso da escravidão de pessoas negras, nenhum país que a praticou parece imune às suas consequências corrosivas. Os Estados Unidos, como o Brasil, pagam um alto preço pelas desigualdades sociais que deixaram, um passado nem de longe cicatrizado."

Como o próprio Laurentino Gomes já disse em diversas entrevistas, o Brasil ainda aguarda a segunda abolição da escravatura. E cabe a nós promovermos essa segunda etapa, mas sinceramente? Isso é um problema cultural, e cultura não se muda em 1 ano. Acho que nem em 100. Afinal, os portugueses já tiveram 500 anos e continuam afirmando que só fizeram serviço de uber...

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Natalia Eiras

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