Fábulas Budistas


Eu já vou começar essa resenha dizendo que eu acho que o problema está em mim. 

Como fui condicionada pelas fábulas dos irmãos Grimm, que sempre tinha alguém se dando mal para poder trazer a "moral da história", pegar um livro de fábulas budistas onde todas os contos terminam como um "e viveram felizes para sempre" me parece muito estranho. 

Em 90% dos contos, tudo se resolve na base do amor, da iluminação do vilão pela compaixão e todos vivem "felizes para sempre", um feito que nem a Disney conseguiu, visto que nas suas histórias os vilões não tem um momento de iluminação e se redimem. 

Talvez por esse motivo eu tenha achado o livro... bobo. Os contos que mais gostei são justamente os que temos uma perda para se ganhar algo, como por exemplo no conto em que um rei macaco usa seu próprio corpo como ponte para salvar seus súditos, acaba se machucando no processo e morre. Mas não sem antes debater com o algoz da sua tribo a importância da vida e a inevitabilidade da morte. 

Uma lição de moral clara, e no estilo Grimm de ser. Tem o paz e amor com o vilão se redimindo, mas você tem um preço a pagar pela sabedoria. 

Porque a minha dúvida é se ao passar esses contos para as crianças, por exemplo, se elas entendem de fato que existem pessoas ruins, que irão tentar enriquecer, matar e roubar. Fica muito claro em todos os contos que a arma pra combater tudo isso é o amor, mas é muito irreal... e por isso, não sei até que ponto é de fato prático o ensinamento. 

Enfim... leiam e me contem quais são as percepções de vocês. 

Natalia Eiras

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